É bem raro encontrar alguém que nunca teve problemas com a entrega de alguma encomenda pelos Correios, afinal, a má fama que a empresa traz consigo á anos é bem conhecida. A demora na entrega de algum produto é a reclamação mais recorrente, em segundo lugar, está o “cuidado” (ou falta dele) que a transportadora estatal tem durante os envios. A privatização é uma ideia adotada por muitas pessoas, e para você que pensa assim, isso pode acontecer em um futuro próximo.
Os Correios entrou na lista de empresas públicas que o governo brasileiro visa privatizar, juntamente com a Eletrobrás, Casa da Moeda e Infraero. Claro que isso não vai acontecer de imediato, afinal, coisas como essa demoraram um certo tempo, mas a ideia já está em estudo, segundo o ministro Moreira Franco, da Secretaria Geral da Presidência.
Moreira deixa claro que o objetivo da privatização é que os Correios passem a atuar mais especificamente no setor de logística, deixando de lado o monopólio postal duramente criticado pela população brasileira. Em um comunicado, o ministro disse: “A situação financeira dos Correios, pelas informações que o Ministério do Planejamento tem e nos passa, é muito difícil. Até porque, do ponto de vista tecnológico, há quanto tempo você não manda telegrama? As pessoas perderam o hábito do uso da carta.”
Apesar de ser algo aguardado pelos milhares de clientes que utilizam o serviço postal, essa informação não foi bem recebida pela Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (Fentect), que se irritou e desde terça-feira iniciou uma greve com os funcionários dos Correios, visando um reajuste salarial de 8%. Em um comunicado, um representante do sindicato disse: “Somos contrários à privatização. A verdade é que não existe vontade política do governo federal de melhorar a empresa, o que querem é entregar os Correios a preço de banana”
O atual presidente dos Correios é Guilherme Campos, que foi ex-deputado federal por São Paulo e vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, dirigido por Gilberto Kassab. A situação financeira da companhia não é nada boa, sendo o Postalis (fundo de pensão da companhia) e o Postal Saúde (plano voltado aos empregados e dependentes), os maiores responsáveis por um déficit anual de nada menos que R$ 800 milhões. Dessa forma, o governo quer privatizar os Correios por dois motivo: o perfil da empresa mudou no mercado, e o principal deles, tentar zerar de vez esse enorme rombo nos cofres públicos.
Kassab comparou os Correios com um paciente na UTI, quando disse: “A privatização é uma hipótese forte com esse buraco que está. Privatizar ou não vai ser uma decisão do governo. Estamos fazendo um esforço para recuperar a empresa. O rombo, quando a gente assumiu, era de cerca de R$ 2 bilhões por ano. A situação está melhorando. Estava morrendo na UTI, agora continua na UTI, mas não está morrendo“.
Vale lembrar que a privatização não é uma ideia que o governo quer adotar, já que o presidente da instituição disse que não desenvolve nenhum estudo para tal coisa. Na verdade, essa é uma postura que só será pensada em última instância, segundo Guilherme: “A missão que me foi dada pelo ministro Kassab é a de recuperação da empresa e não existe um encaminhamento para privatização. Agora, se nada der certo com todos os esforços para sanear a empresa, o governo pode e tem todo o direito de mudar essa orientação“.